Bordar bonés com as máquinas de bordar Melco

Bordar bonés pode ser um desafio especial. Cada marca e tipo de boné pode ser muito diferente: Os painéis dos bonés são cortados de forma diferente; os bonés são fabricados numa variedade de tecidos; e os painéis frontais são revestidos e construídos de formas diferentes. Todos estes factores dificultam o desenvolvimento de um sistema de bonés que seja adequado a todos os bonés e que produza exatamente os mesmos resultados. Para ultrapassar este desafio, são necessários conhecimentos especializados em duas áreas: Digitalização e operação de máquinas.

Digitaliza

Um modelo que tenha sido digitalizado para uma aplicação no lado esquerdo do peito não é necessariamente adequado para um boné.
Isto deve-se ao facto de os detalhes de um determinado desenho poderem não ser adequados para um desenho de boné suspenso e curvo.
O bordado de bonés é um desafio particular devido às diferentes construções de bonés e requer uma consideração cuidadosa dos elementos do desenho.
Alguns elementos do desenho que se prestam bem a aplicações no peito esquerdo, tais como pequenos pormenores ou linhas finas, podem não ser bem transferidos para um boné.
Por conseguinte, é importante ter conhecimentos especializados em digitalização para garantir que o desenho é adequado para a aplicação específica do boné.

  • Costura de enchimento – Este elemento de costura exerce a maior força de tração linear sobre o tecido.
    Uma forma simples de minimizar esta tração é escolher uma direção de costura que seja paralela à dimensão mais estreita do enchimento.
    Por exemplo, se a área de preenchimento for um retângulo de 1″ x 4″, a dimensão mais estreita é a dimensão de 1″.
    Escolhe a costura de preenchimento paralela a esta dimensão.
  • Ponto de enchimento em gorros 6/4 (gorros com uma costura na frente) – Quando fizeres um ponto de enchimento sobre a costura da frente do gorro, NÃO faças o ponto paralelo a esta costura.
    Escolhe um ângulo ligeiramente diagonal para obter os melhores resultados.
    A utilização de uma camada subjacente diagonal, cruzada e de baixa densidade também ajuda a suportar os pontos superiores.
  • Seccionamento do enchimento – A forma como o enchimento é construído pode facilmente criar pregas ou franzidos no tecido. Uma única área de enchimento na frente de um boné NUNCA deve ser seccionada. Com o software de digitalização atual, o ponto de saída escolhido provavelmente determinará se a área de preenchimento será ou não seccionada em várias partes. Algumas formas têm de ser seccionadas pela sua natureza. Quando isto acontece, certifica-te de que as linhas de preenchimento progridem na mesma direção para minimizar qualquer enrugamento.
  • Para evitar problemas de registo, completa os elementos autónomos de um desenho com todas as cores antes de passares ao elemento seguinte.
  • Para evitar a distorção de linhas ou arcos de letras, fá-los sempre como os últimos elementos.
  • Outro truque é construir os elementos de um desenho a partir do centro do desenho para fora, alternando sobre a costura central. Por exemplo, se o desenho consistir nos algarismos de 1 a 5, começa por digitalizar primeiro o algarismo 3, depois o 4, depois o 2, depois o 5 e, por fim, o algarismo 1. A sequência 3,4,2,1,5 também funciona.

Funcionamento da máquina

O operador da máquina pode fazer muito para melhorar a operacionalidade dos fechos:

1) Seleção da agulha – Regra geral, os bonés de basebol acabados só devem ser utilizados com agulhas afiadas de tamanho 75/11.

  • As agulhas afiadas (R)ão necessárias para minimizar a possibilidade de erupção cutânea e de quebra da agulha devido aos reforços do buchão, aos reforços “mata-moscas” e às costuras centrais da frente.
    Mesmo as agulhas de ponta fina podem dobrar-se o suficiente para causar a quebra desnecessária da agulha.
  • As agulhas com um diâmetro inferior a 0,75 mm (75/11) podem facilmente dobrar-se sob a tensão da linha. Esta curvatura (deflexão) pode levar à quebra da agulha.

2) Materiais de suporte – Os bonés de basebol acabados são fornecidos com uma variedade de materiais de suporte para a parte da frente, como se segue:

  • No caso dos bonés não estruturados, não é utilizado qualquer material de suporte para reforçar a parte da frente do boné. O único material adicional que pode ser utilizado é a fita de poliéster usada para rematar a parte de trás da costura central do boné. Sem um suporte adequado para estabilizar o tecido, os pontos puxam e enrugam. Os fornecedores de estabilizadores de bordados oferecem um estabilizador especial para bonés. É fornecido pré-cortado com uma largura de cerca de 4″ e pode ser comprado em rolo ou cortado em comprimentos de cerca de 12″. A composição deste suporte contém mais papel ou cartão para endurecer o “toque” do produto. Esta composição dá à frente do boné a estrutura para o processo de bordado.
  • Os bonés texturizados são fabricados com um material fundido, como o Buchram ou o Pelon, que é aplicado na parte de trás do painel frontal para reforçar o material. Dependendo dos elementos do desenho, este boné também pode ser bordado com pouco ou nenhum estabilizador. Se o desenho tiver muitas costuras de enchimento, pode ser necessário o suporte de boné acima mencionado.

3) Técnicas de colocação- A maioria dos bastidores dos bonés é fornecida com um dispositivo que mantém o bastidor dos bonés no lugar durante a colocação.

Esta é uma ferramenta importante.
Normalmente, é fixada à borda de uma mesa de trabalho e deve ser posicionada ergonomicamente a uma altura que acomode os nossos antebraços na horizontal.
Esta fixação é normalmente concebida com uma superfície curva para imitar o plano de costura quando a estrutura do bastidor está na máquina.
Se o boné não for estruturado ou se o desenho tiver muitos pontos de enchimento, alguns fabricantes incluem “clipes de búfalo” que podem ser fixados na parte de trás do boné para manter a parte da frente firme contra a máquina de bordar.
Se o boné for estruturado (normalmente um bookram fundido ou um forro de pelica pesado), estes grampos podem não ser utilizados para acelerar a produção.

4) Alimentação da linha (tensão) – A última peça deste puzzle é a alimentação correta da linha (tensão) para os fixadores acabados:

  • No caso das máquinas que utilizam botões de tensão, estes têm de ser corretamente equilibrados para obter uma tensão uniforme da linha. Uma vez feito isto, as tampas acabadas requerem normalmente uma tensão da linha ligeiramente superior à das aplicações planas. Algumas máquinas podem também exigir uma tensão da bobina ligeiramente superior.
  • Para a máquina MELCO que utiliza um sistema Acti-Feed, também pode ser necessário um pequeno ajuste.
    Podes começar com as definições de alimentação automática quando executas os desenhos.
    Se notares quebras de linha ou de agulha, deves utilizar as definições manuais.
    Não te esqueças de compensar mais camadas de tecido quando coseres a frente de um boné.
    Isto significa mais profundidade de ponto e, portanto, um pouco mais de avanço do que quando coses um aplique no peito esquerdo.
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Considerações finais

Uma última reflexão sobre o bordado dos bonés: Bordar a parte da frente e os painéis laterais de uma só vez.
Embora o bastidor tenha sido concebido para bordar num plano horizontal que, teoricamente, cobre 270 graus de rotação do bastidor, o campo de costura real pode ser limitado.
Mais uma vez, depende da construção do chapéu em particular se podes bordar confortavelmente esse tipo de chapéu e bordar efetivamente os painéis laterais na mesma passagem.
Se o motivo do bordado e o desenho do boné o permitirem, deves fazê-lo.
Se não puderes virar a faixa de transpiração no ponto em que é cosida à tira de ajuste, deves considerar outra opção para esta aplicação.
Cose a parte da frente como habitualmente e, em seguida, termina os lados com outro sistema de bastidor concebido pela Fast Frames, quer seja o modelo de pinça ou o modelo que utiliza um suporte adesivo.

Depois de aprenderes a trabalhar com este meio único, obterás excelentes resultados com um mínimo de esforço adicional.